quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Arca de Noé


Imagem 1: The Animals Entering Noah’ Ark (Entrada de los animales en el arca de Noé), ca. 1570, Jacopo Bassano (called Jacopo da Ponte, Italian High Renaissance Painter, ca.1510-1592), Oil on canvas, 207 x 265 cm, Museo del Prado, Madrid, Spain.

A Arca de Noé era, segundo a religião abraâmica, um grande navio construído por Noé, a mando de Deus, para salvar a si mesmo, sua família e um casal de cada espécie de animais do mundo, antes que viesse o Grande Dilúvio da Bíblia. A história é contada em Gênesis 6-12, assim como no Alcorão e em outras fontes.

Conforme a tradição bíblica, Deus decidiu destruir o mundo por causa da perversidade humana, mas poupou Noé, o único homem justo da Terra em sua geração, mandando-lhe construir uma arca para salvar sua família e representantes de todos os animais e aves. A certa altura, Deus interrompeu o Dilúvio, fazendo as águas recuarem e as terras secarem. A história termina com um pacto entre Deus e Noé, assim como com sua descendência.

Mas, no século XIX, o desenvolvimento da Geologia e da Biogeografia tornaram difícil sustentar uma interpretação literal da história. A partir de então, os críticos da Bíblia mudaram sua atenção para a origem e os propósitos seculares da arca; no entanto, os intérpretes literais da Bíblia continuam a ver a história narrada como chave para sua compreensão da Bíblia e agora exploram a região das montanhas do Ararat, no nordeste da Turquia, onde a arca estaria descansando.¹

Fatos religiosos a parte, hoje, com tantos problemas climáticos que ameaçam a biosfera, vários cientistas tentam preservar as espécies vivas através de técnicas que privilegiam principalmente informações genéticas, análises ambientais e ecologia.
E é a genética que se destaca, pois é ali, a nível biomolecular, que estão as informações mais incríveis sobre todos os seres vivos.
Uma das iniciativas que merecem grande destaque e que foi apresentada em 19 de dezembro de 2012 pelo site G1, foi a criação de um banco de sementes e genes de animais, pelo Frozen Ark, criado em 1996. Neste local encontram-se genes de animais ameaçados ou não de extinção. Em minha opinião esta é uma iniciativa imensurável para a história da ciência.
Idealizado pela Faculdade de Biologia da Universidade Nottingham, no Reino Unido, o projeto já conta com o apoio de ao menos 15 instituições de várias partes do planeta, como China, Nova Zelândia e Estados Unidos.
Segundo os organizadores, atualmente já existem preservadas em laboratórios mais de 46 mil amostras de DNA de animais vertebrados e invertebrados. A partir do material armazenado, será possível ler o código genético do animal, reconstruir suas proteínas e outras moléculas, além de obter informações sobre sua história evolutiva.
Mas, o mais importante é que estas células congeladas, presentes em amostras de tecido, espermatozoides ou mesmo ovos, poderão ser usadas posteriormente para introduzir a variação genética conservada em animais criados em cativeiro.²
Imagem 2: Imagem do momento em que as amostras de semente de arroz e milho chegam ao Banco de Sementes de Svalbard, na Noruega (Foto: Divulgação/Embrapa)²





Outro projeto que visa principalmente criar um banco de reservas (sementes) de alimentos para o planeta é o Banco Internacional de Sementes de Svalbard, localizado numa pequena ilha da Noruega e que foi inaugurado em 2008.
O "cofre alimentar " foi instalado na região do Ártico com uma infraestrutura capaz de armazenar 4,5 milhões de amostras de sementes de todas as espécies cultivadas pelo homem.Com apoio da FAO, braço da Organização das Nações Unidas para a Agricultura, o banco foi escavado em rochas geladas a 70 metros de profundidade e será mantido a uma temperatura de -18 ºC. Ao menos cem países já enviaram amostras de grãos, cereais e outros tipos de alimentos para conservação, inclusive o Brasil.
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que preserva os recursos genéticos na forma de sementes resfriadas a – 20 ºC desde 1960, enviou no último mês de outubro amostras de arroz e milho, e em breve deve enviar amostras de feijão.²

A iniciativa de preservar sementes já é feita em alguns países. Porém a iniciativa em manter, em um só local, várias amostras, torna tudo mais organizado e eficaz.

Imagem 3: Amostras de semente de arroz que foram enviadas pela Embrapa a Banco de Sementes de Svalbard, na Noruega (Foto: Divulgação/Embrapa)²



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1 - Wikipédia: A arca de Noé -
2 - G1: 'Arcas de Noé' protegem sementes e genes de animais para o futuro

p.s.: Imagens retiradas das seguintes fontes:
Imagem 1.
Imagens 2 e 3: reportagem (G1) e

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