Nunca dei muita importância aos pássaros até que no ano retrasado tive um aluno novinho que era louco por aves e já (tão cedo) falava que iria ser biólogo e estudar pássaros. Lembro que quando eu disse que quem estuda pássaros chama-se ornitólogo ele arregalou os olhos e disse: - Isso, eu vou ser ornitólogo!
Era uma pessoinha, bem resolvida e que gostava muito de ciências. Percebi que é preciso dar atenção a alunos assim. Um professor que não dê atenção nesses casos pode desestimular um futuro profissional brilhante.
Um dia fiz um curso e ganhei um guia de aves aqui da região onde eu moro. Corri para o professor do curso e disse que tinha um aluno que queria ser ornitólogo. Na mesma hora ele entendeu e me deu um guia extra para dar ao meu aluno. Na semana seguinte entreguei ao pequenino e vi aqueles olhos brilharem. É isso gente. Coisas simples que fazem a profissão valer a pena.
Então Caio, esse post é para você!
Beija-flor!!!!
Lindos, pequenos, rápidos, multicoloridos,... Tantos adjetivos para essa bela ave. Rodando pela internet achei várias fotos incríveis sobre beija-flores.
O beija-flor, colibri ou cuitelo é uma ave da ordem
Apodiformes, que inclui apenas a família
Trochilidae e seus 108 gêneros. Existem 322 espécies conhecidas. No Brasil, alguns gêneros recebem outros nomes, como os rabos-brancos do gênero
Phaethornis ou os bicos-retos do gênero
Heliomaster. No antigo sistema classificativo, a família
Trochilidae integrava a ordem
Apodiformes, juntamente com os andorinhões. Entre as características distintivas do grupo, contam-se o bico alongado, a alimentação à base de néctar, 8 pares de costelas, 14 a 15 vértebras cervicais, plumagem iridescente e uma língua extensível e bifurcada.
O grupo é originário das Américas e ocorre desde o Alasca à Terra do Fogo. A maioria das espécies é tropical e subtropical e vive entre as latitudes 10ºN e 25ºS. A maior biodiversidade do grupo encontra-se no Brasil e no Equador, que contam com cerca de metade das espécies conhecidas de beija-flor. Os troquilídeos estão ausentes do Velho Mundo, onde o seu nicho ecológico é preenchido pela família Nectariniidae (Passeriformes).
Reino:
Animalia
Filo:
Chordata
Classe:
Aves
Ordem:
Apodiformes
Os beija-flores são aves de pequeno porte, que medem em média 6 a 12 cm de comprimento e pesam 2 a 6 gramas. O bico é normalmente longo, mas o formato preciso varia bastante com a espécie e está adaptado ao formato da flor que constitui a base da alimentação de cada tipo de beija-flor. Uma característica comum é a língua bifurcada e extensível, usada para extrair o néctar das flores.
O esqueleto e constituição muscular dos beija-flores estão adaptados de forma a permitir um vôo rápido e extremamente ágil. São as únicas aves capazes de voar em marcha-ré e de permanecer imóveis no ar. O batimento das asas é muito rápido e as espécies menores podem bater as asas 70 a 80 vezes por segundo. Em contraste, as patas dos beija-flores são pequenas demais para a ave caminhar sobre o solo. As fêmeas são em geral maiores que os machos, mas apresentam coloração menos intensa.Vivem em média 12 anos e seu tempo de incubação é de 13 a 15 dias.
Tal como a maioria das aves, o sentido do olfato não está muito desenvolvido nos beija-flores; a visão, no entanto, é muito apurada. Além de poderem identificar cores, os beija-flores são dos poucos vertebrados capazes de detectar cores no espectro ultravioleta.
A alimentação dos beija-flores é baseada em néctar (cerca de 90%) e artrópodes, em particular moscas, aranhas e formigas. Os beija-flores são poligâmicos.
Polinização: Entre os animais que visitam flores em busca de alimento, os beija-flores são os mais conhecidos, pelos tons metálicos da sua plumagem e a capacidade de visitar flores pairando no ar. Os beija-flores precisam de grandes quantidades de néctar diariamente, para suprir a energia necessária ao seu esvoaçar contínuo. O néctar das flores visitadas por beija-flores é um alimento altamente energético, contendo cerca de 20% de açúcares, sendo que a quantidade de néctar disponível varia com o tamanho e tipo de flor.
As flores visitadas por beija-flores em geral são tubulosas e e apresentam cores vivas, com tonalidades que variam do vermelho ao alaranjado. Esse conjunto de cores e formas permite prever que o polinizador de uma determinada flor seja um beija-flor. As flores da sálvia e do cipó-de-são-joão representam bem os tipos visitados por beija-flores. Entretanto, algumas flores polinizadas por essas aves podem ser azuis ou brancas, como as de certos caraguatás. Nesse caso, as brácteas ou alguma outra parte da planta apresentam cor avermelhada, que atrai a atenção dos beija-flores.
- Alguns beija-flores também buscam néctar em flores que são polinizadas por outros tipos de animais, como abelhas, borboletas ou morcegos. Quando isso ocorre, nem sempre há um ajuste entre o tamanho e o tipo de flor e o tamanho do bico do beija-flor. Quando a flor é grande demais, pode ocorrer a 'pilhagem de néctar'. Nesse tipo de visita, o beija-flor retira o néctar sem tocar nas partes reprodutivas da planta e, portanto, não realiza a polinização. Beija-flores pequenos, como o besourinho-de-bico-vermelho são pilhadores habituais.
- Ao visitar as flores em busca de néctar, os beija-flores podem adotar dois modos distintos: estabelecem territórios ou percorrem rotas alimentares. Os dois modos resultam em diferenças na polinização. Quando estabelece território, o beija-flor transporta pólen entre as flores da mesma planta ou de plantas próximas entre si. Já a territorialidade, portanto, resulta em menor número de plantas na polinização. Na ronda alimentar, por outro lado, o beija-flor transporta pólen entre as flores de um maior número de indivíduos, distantes entre si, possibilitando assim maior variabilidade genética.
Aproveitando a grande necessidade que os beija-flores têm de um alimento energético de rápida utilização, como o néctar, que contém carboidratos em concentração variável em torno de 15 a 25%, é possível atraí-los para fontes artificiais de soluções açucaradas, os chamados "bebedouros" para beija-flores. Trata-se de recipientes com corolas artificiais onde é colocada uma solução açucarada cuja concentração recomendada é de 20%. Uma crença, que tudo indica foi iniciada a partir de uma publicação de autoria do naturalista Augusto Ruschi, diz que o uso desses bebedouros pode ocasionar doenças nessas aves, podendo até matá-las. Porém não há, na literatura ornitológica, nenhum trabalho científico comprovando isto. Essa crença tornou-se extremamente difundida na população. A doença à qual Ruschi se referiu seria a candidíase, infecção oportunista causada pelo fungo Candida albicans, que acometeria a boca dos beija-flores. É possível que esse autor tenha de fato observado essa doença em seus beija-flores, mantidos em viveiros, pelo fato de se encontrarem imunodeprimidos pelas próprias condições do cativeiro. De qualquer forma, é aconselhável que todos que forem se utilizar desse artifício para atração de beija-flores para seus jardins, sacadas, etc., procedam à limpeza diária dos bebedouros e à troca da solução açucarada, preparada sempre com açúcar comum, evitando utilizar mel, açúcar mascavo e outros preparados com maior facilidade de fermentação.
Havendo a disponibilidade do alimento artificial, normalmente os beija-flores o procuram complementando, com louvor, seu provimento energético. Esse alimento fornecido auxilia os beija-flores, porém alguns cuidados são necessários.
Em áreas com desequílibrio da vegetação natural ou mesmo em certos períodos do ano, quando há maior escassez de alimento, os beija-flores tendem a se especializar nos bebedouros. A hipótese é que essa fase de especialização pode provocar um desequílibrio no organismo do animal, debilitando o seu sistema imunológico. Foi observado, principalmente nestes períodos de escassez, um aumento de doenças nestes pássaros, especialmente aquelas provocadas por fungos. Isso provavelmente pode ter origem na carência de alguns nutrientes que normalmente seriam encontrados em fontes naturais de alimento, como o néctar e artrópodes. Com a adição de sal na dieta líquida, percebeu-se um aumento na resistência às doenças, tornando-se incomum ver pássaros enfermos. Desta forma, além da troca diária da calda açucarada, é aconselhável acrescentar também uma pequena pitada de sal (NaCl). Na dosagem, o exagero de sal prejudica os pássaros, assim o ideal seria imitar a concentração do soro fisiológico.
Com relação à limpeza dos bebedouros, outrossim é importante mantê-los longe de insetos como formigas, vespas, baratas, etc. Tais insetos, além de competir pelo alimento com os pássaros, carregam parasitas, especialmente fungos que infectam os bebedouros. Um sinal vísivel, da infestação por fungos, é o pronto escurecimento do bocal e até pétalas das flores artificiais, logo após a visita dos insetos. Sendo assim é recomendável utilizar modelos de bebedouros que tenham algum dispositivo limitador de formigas, etc. Quando se notar o escurecimento das flores de plásticos, estas devem imediatamente ser esterilizadas com cloro (destinado a purificar alimentos, jamais usar produtos comuns de limpeza) e bem enxaguadas antes de serem reutilizadas.
Foto aérea da imagem de beija-flor estilizado nas linhas de Nazca no Peru
Os beija-flores estão representados:
No brasão de armas e na moeda de 1 cêntimo de Trinidade e Tobago.
Nas linhas de Nazca.
Na cédula de R$ 1,00.
No símbolo da Prefeitura Municipal de Betim, Minas Gerais.
Na música Cuitelinho, do folclore de Minas Gerais.
Na música brasileira Ai que Saudade D'ocê.
Ai Que Saudade D'Ocê (Geraldo Azevedo)
Não se admire se um dia
Um beija-flor invadir
A porta da tua casa
Te der um beijo e partir
Fui eu que mandei o beijo
Que é pra matar meu desejo
Faz tempo que eu não te vejo
Ai que saudade de ocê
Se um dia ocê se lembrar
Escreva uma carta pra mim
Bote logo no correio
Com frases dizendo assim
Faz tempo que eu não te vejo
Quero matar meu desejo
Te mando um monte de beijo
Ai que saudade sem fim
E se quiser recordar
Aquele nosso namoro
Quando eu ia viajar
Você caía no choro
Eu chorando pela estrada
Mas o que eu posso fazer
Trabalhar é minha sina
Eu gosto mesmo é de ocê
Referência Bibliográfica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Beija-flor